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OS TARDISCHS – uma grande dor -2,014 - Tempo matéria – Como aprender a dor.

  Tem que existir um limite até onde podemos ir em nossa loucura. é muita doideira acreditar que esse limite n?o existe.

  A parede de anjos toda se poderou enquanto se dividia apressadamente em quatro gigantescas ondas, cada uma partindo para um dos sistemas destruídos.

  Sênior atingiu uma nave com extrema violência, libertando do sofrimento um dos anjos que o acompanhavam. Assim que refeito o viu partindo contra um grupo de naves que ca?avam dois anjos.

  Como um aut?mato apenas atingia uma nave, sentia um obstáculo quase desprezível e fagulhas, que sabia serem os átomos sementes dos escuros, estranhando o qu?o débeis estavam, e depois mais uma, e outra mais, numa sequência automática e insensível. Achou curioso, mas sem muita importancia, que até mesmo os pensamentos estavam mecanicos. Apenas atacar e destruir, e n?o se importar muito com o que fazia.

  - N?o há certo ou errado. Cada um com suas escolhas – recitava a cada novo ataque.

  Como um sonambulo olhou com indiferen?a a destrui??o que causavam e continuou em frente, entrando pelas nuvens quentes de gazes e pelas rochas e detritos espalhados a esmo, ca?ando a próxima nave.

  O tempo correu triste e longo na destrui??o propositada, até que a última nave foi destruída e as m?nadas que haviam sido capturadas libertadas.

  Ao olhar à volta viu do quanto haviam abdicado.

  O número de que eram estava muito reduzido.

  Podia ver com clareza o quanto haviam sacrificado.

  Lentamente viu os anjos se juntando, como se estivessem se contando, avaliando o quanto haviam sofrido.

  Sênior olhou nas outras dimens?es todas, e viu as m?nadas dos que haviam morrido sendo amorosamente conduzidas, e isso o deixou feliz.

  - Conseguimos... – falou, absorto na destrui??o.

  Seu cora??o doeu ainda mais ao sentir os outros. Havia aquele alívio doloroso, aquele choro que escorria incontido. Inspirou com cuidado, se dizendo, como um mantra tranquilizador: s?o as escolhas, s?o as consequências...

  Porém, podia sentir um intenso pesar enquanto se reuniam, todos com o mesmo sentimento de realiza??o e perda.

  - Deve haver um limite para tudo isto – gemeu Khyah abarcando tudo à volta. – Tem que haver. Me diga, Sênior, onde está o limite para tudo isto?

  Sênior e muitos outros se aproximaram e se tocaram, e todos choraram juntos, desconsolados, um apoiando a energia do outro, impedindo que o irm?o ao lado caísse.

  Por longo tempo ficaram assim ligados, abra?ados, envolvidos.

  - N?o sei se há, Khyah – disse por fim. - Mas n?o podíamos deixar que eles raptassem as m?nadas.

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  - Que experiências terríveis poderiam, podem fazer com elas? – gemeu Khyah. – Por que aceitaram que suas almas ficassem t?o negras? Está num grau maior a escurid?o deles.

  - Por aqui já acabou, e nada restou para nenhum dos lados, porque é fato que agora existem lados - sussurrou Sênior, tentando se isolar das dores de Khyah, oferecendo para os outros o agir. - Vamos até os outros grupos, para ver se conseguiram evitar o rapto das m?nadas dos colonos.

  Em total silêncio volitaram, juntando lentamente todos em um grande grupo.

  Ao receberem os relatórios houve um nítido sentimento de alívio, apesar de terem sido recebidos em um silêncio recolhido: todos os escuros foram mortos e nenhuma m?nada, daqueles quatro sistemas destruídos, fora perdida.

  No entanto, era visível que o custo havia sido muito alto.

  - Perdemos quase um ter?o dos nossos irm?os – gemeu Haamiah, a dor parecendo ter imergido um ponto a mais em seu cora??o. – Os escuros desenvolveram armas mais eficazes.

  - N?o foi pelas armas, Haamiah, nunca foi – um anjo ca?ador interrompeu, um guerreiro terrível que Sênior reconheceu se chamar Lúcifer. – Foi por nossa causa, novamente, que isso chegou nesse nível. Nosso poder frente a eles é incomparável. Mas, o que acontece é que n?o sabemos reagir, nem no tempo certo e nem mesmo na for?a necessária.

  Haamiah observou o grande anjo com cuidado, e o que viu o deixou desconfortável.

  Com cuidado olhou à volta, e viu que o discurso dele estava sendo atentamente seguido por muitos dos que ali estavam.

  - O tempo e a for?a, você diz...

  - Isso mesmo. Na verdade, quer saber, n?o foi nem mesmo isso.

  - E o que seria ent?o, ca?ador?

  - A lideran?a aqui n?o existe... Eu vi como os escuros funcionam, e eles tem sempre um líder, alguém que manda, porque conhece mais...

  - Esse título de “líder” nos é estranho, você sabe, n?o é mesmo? – estranhou. – Como pode um anjo aceitar se sujeitar a um outro?

  - Os tempos s?o diferentes, e eu digo que é disso que precisamos. Para que possamos ter alguma chance de êxito precisaremos aceitar algumas coisas, perder algumas coisas. Eu estaria disposto a abrir m?o de algo por alguém que se mostre à altura. Você acha que poderia ser esse líder?

  - N?o, porque n?o reconhe?o essa figura.

  - E você, Sênior, deseja esse encargo? – perguntou, o ódio espalhado em tudo o que dizia.

  - Também, Lúcifer, n?o reconhe?o essa figura.

  - Lúcifer está certo, ent?o – ouviram de um anjo no meio dos outros. – Nós podemos parar isso.

  - Que assim seja – Lúcifer falou dando de ombros, enquanto pulsava num forte vermelho, t?o forte quanto um fogo bravio. – Vocês n?o me representam. E, aqueles que pensarem como eu, que venham comigo – falou pulsando forte e desaparecendo.

  Haamiah e Sênior olharam à volta, conferindo que a grande maioria se fora, acompanhando o anjo vermelho.

  - Que tempos s?o esses? – Haamiah gemeu para o negro do espa?o.

  - Estranhos eles s?o, sem dúvida – falou Khyah suave. – Ao menos ainda somos muitos, e podemos fazer alguma diferen?a – disse, a aten??o se perdendo nas poucas milhares de figuras que ainda permaneciam unidas. - Parece que tudo está passando por uma peneira – cismou.

  - Tardischs – sussurrou Azazel.

  - Como? – estranhou Angelina.

  - Tardischs, é o que nós somos. Sabe, “os que desejam somente a luz”. é isso o que somos – esclareceu, instilou uma ligeira alegria dos outros. Talvez tivessem ficado alegres n?o pelas palavras, mas por terem sentido a saudosa leveza de Angelina, que lembrava a todos que, se os dias anteriores foram bons, nada impedia que os dias futuros também o fossem.

  - Eu estava pensando em “umdosirm?os”...

  - Sim, eu gostei, é bonito – sorriu Uriel com um largo sorriso. - Mas concordo com Azazel sobre ser tardisch, que é um nome mais para guerreiros. O “umdosirm?os” adorei, mas só entre nós, família que somos. O que acham?

  - Que seja ent?o. Gostei do nome – sorriu Sênior.

  - Pois eu gostei mais do “umdosirm?os”. Suaviza a escurid?o que procura nos cercar – Jasmiel falou, um pequeno sorriso bailando nos lábios.

  - Um afago na alma – Dangelo sorriu.

  - Bem, gostei de ambos, apesar de que v?o continuar a nos chamar de justiceiros, ainda mais se depender do Lúcifer – falou Haamiah.

  - Cada um escolhe seu caminho dentre as possibilidades que se apresentam, n?o é mesmo? – proferiu Anaita com tranquilidade.

  - Vamos, Tardischs? – chamou Haamiah. – Precisamos ver se temos aliados.

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