Capítulo 14: Feridas Silenciosas
King limpou o sangue com o dorso da m?o, ignorando o gosto amargo que ainda sentia na boca.
Seu olhar se manteve firme, frio… como se aquele pesadelo n?o tivesse significado nada.
Ele encarou Yuki, que continuava preocupada.
Sem dizer nada, King se aproximou devagar.
A garota arregalou os olhos, mas n?o recuou.
Ele encostou os lábios na testa dela, deixando um beijo lento, sem pressa, sem palavras.
King (voz baixa, controlada, mesmo com o peso no olhar):
"Vamos continuar investigando esse lance do seu passado…"
Ele virou de costas, como se o sonho, o sangue e o desespero fossem apenas detalhes descartáveis de uma madrugada comum.
King (com um sorriso de canto, debochado, sem olhar pra ela):
"Eu n?o vou deixar um pesadelo idiota estragar nossa divers?o, princesa."
Yuki ficou sem rea??o por alguns segundos.
Mas no fundo… ela sentiu que algo dentro dele havia mudado.
Mesmo que ele escondesse atrás de sua máscara arrogante, o olhar dele… carregava algo mais sombrio agora.
Sem questionar, ela apenas o seguiu, sentindo que o caminho à frente escondia verdades perigosas tanto sobre el
a… quanto sobre ele.
King caminhava na frente, passos firmes, sem olhar para trás.
Mesmo com o sangue ainda seco em seus lábios, ele agia como se nada estivesse errado.
Reading on this site? This novel is published elsewhere. Support the author by seeking out the original.
Como se aquele pesadelo tivesse sido apenas mais uma noite comum.
Mas Yuki...
Ela sentia.
Ela via o jeito que ele apertava os punhos em silêncio.
Via o olhar perdido por trás daquela máscara fria.
Por mais que ele tentasse esconder… ela conseguia enxergar.
E isso a deixava inquieta.
Yuki (pensando, apertando os punhos):
"Ele tá fingindo... Ele tá tentando parecer forte... Mas... tá doendo nele…"
Ela apressou o passo, alcan?ando ele, ficando ao lado.
King nem se virou.
King (tom arrogante, tentando manter o controle):
"Tá colada por quê, princesa? Vai trope?ar se andar sozinha?"
Ela ignorou o deboche.
Em vez disso, parou na frente dele, obrigando-o a frear o passo.
Ele levantou uma sobrancelha, entediado.
King:
"Vai ficar no meu caminho agora também?"
Yuki n?o respondeu.
Ela apenas estendeu os bra?os e... o abra?ou.
King congelou.
Por alguns segundos, ele ficou ali, estático, com os bra?os caídos ao lado do corpo, sem rea??o.
King (tom frio, tentando afastá-la com uma das m?os):
"Que merda é essa...? Sai fora... Eu t? bem."
Mas Yuki apertou mais forte.
Yuki (voz trêmula, mas firme):
"N?o mente pra mim… N?o tenta agir como se n?o tivesse sentido nada…"
King bufou, tentando manter a pose, mas algo dentro dele come?ava a vacilar.
King (tentando ser sarcástico, mas a voz falhando um pouco):
"Sentir o quê? O vento? Para de drama, garota…"
Ela n?o soltou.
Yuki (mais firme, encarando ele, a testa encostada no peito dele):
"Eu n?o vou deixar você fugir, King…
N?o vou soltar enquanto você n?o parar de fingir que tá tudo bem."
Ele fechou os olhos, irritado.
Ele odiava aquilo.
Odiava quando alguém o fazia se sentir fraco.
Mas, ao mesmo tempo... aquele calor...
Aquela sensa??o...
Era como... uma ancora puxando ele de volta pra realidade.
O cora??o dele acelerou.
Ele finalmente deixou o corpo relaxar um pouco, sem admitir, mas... aceitando aquele abra?o.
King (voz baixa, quase como um suspiro cansado):
"Você é irritante, princesa…"
Ela sorriu levemente, ainda com os olhos fechados, sentindo que, mesmo por um momento... ele havia abaixado a guarda.
O silêncio reinou ali, apenas com o som do vento cortando as folhas ao redor.
Quando King finalmente afastou devagar o rosto dela, ele ainda manteve a express?o fria, mas... seu olhar estava mais leve.
Ele passou a m?o no cabelo dela, bagun?ando de leve.
King (voz mais baixa, com um leve sorriso de canto):
"Tá bom… já deu de sentimentalismo, né? Bora seguir…
Esse mistério do seu passado n?o vai se resolver sozinho."
Ela assentiu, mas sem soltar totalmente a m?o dele.
King deixou.
Sem dizer nada.
Mesmo carregando o peso daquele futuro sombrio dentro de si…
Mesmo sabendo que n?o podia contar pra ela…
Ele escolheu, por agora, apenas caminhar ao lado dela.
Tentando…
Por mais difícil que fosse…
Sentir aquele calor...
Antes que tudo desabasse de vez.