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Novas Perspectivas

  Acordei despreocupado, sentindo o sol da manh? filtrando-se pelas cortinas. Olhei para o relógio na minha mesa e, para minha surpresa, percebi que estava muito atrasado. O ponteiro dos minutos quase se encontrava com o dos segundos, e uma onda de panico me atingiu.

  Saí da cama em um salto, correndo para o banheiro.

  — Droga! Vou chegar muito atrasado hoje! — murmurei enquanto escovava os dentes com pressa.

  Desci as escadas correndo, quase esbarrando no corrim?o e trope?ando no último degrau. Minha m?e estava na cozinha, preparando o café da manh? em meio ao aroma reconfortante de café e p?o torrado. Ela olhou para mim com uma express?o surpresa.

  — Shin, por que toda essa correria? — perguntou ela, com uma sobrancelha levantada.

  — Estou atrasado para a escola! — respondi, quase trope?ando no último degrau.

  Minha irm?, que estava à mesa, riu e balan?ou a cabe?a.

  — Do que você está falando? Hoje é sábado... — disse ela, rindo.

  Parei imediatamente e olhei para o calendário na parede. Ela estava certa. Senti uma onda de alívio me inundar, seguida por um toque de frustra??o e, finalmente, um suspiro profundo de alívio.

  — Ah... é mesmo — murmurei, sentindo minhas bochechas queimarem de vergonha.

  Minha m?e e minha irm? riram de mim enquanto eu me sentava à mesa para tomar o café da manh?. Talvez eu estivesse cansado demais com tudo o que aconteceu na escola no dia anterior.

  Após o café, voltei para o meu quarto, sentindo o peso do cansa?o. Pensei que um jogo rápido poderia ajudar a clarear minha mente.

  Sentei-me na minha cadeira e liguei o computador. O jogo come?ou a carregar, e eu aproveitei aquele momento de pausa para pensar no que havia acontecido na escola.

  A intera??o com Yuki ainda estava fresca na minha mente. "Bom dia, Yuki", eu havia dito, minha voz tremendo ligeiramente. Ela sorriu, e por um momento, o mundo ao nosso redor pareceu desaparecer. Eu tinha finalmente conseguido falar com ela, mas sentia que ainda estava muito longe de onde queria estar.

  Meus pensamentos se misturavam com a trilha sonora do jogo que come?ava a tocar. Eu me perguntava como seria a próxima semana, se eu teria coragem de falar mais com Yuki ou se continuaria apenas observando de longe. Essas reflex?es me acompanharam enquanto jogava, tornando difícil me concentrar completamente no jogo.

  O tempo passou voando enquanto eu estava imerso na tela, e logo era hora do almo?o. Comi com minha família e, pouco tempo depois, meu telefone tocou. Era Seiji.

  — Onde você tá, mano? — perguntou ele, sua voz cheia de expectativa.

  Fiquei confuso por um momento, antes de me lembrar da nossa conversa na escola.

  — H?? Do que que você tá falando? — perguntei, ainda meio distraído.

  — A gente tá te esperando no fliperama! — respondeu Seiji, impaciente.

  — Ah, droga! Já vou pra aí! — respondi rapidamente, desligando o telefone e me preparando para sair.

  Eu realmente estava com a cabe?a nas nuvens. Vesti uma roupa qualquer, peguei minha carteira e saí correndo para o fliperama. Quando cheguei, Seiji, Rintarou e alguns outros garotos da nossa turma já estavam lá, jogando e rindo.

  O fliperama estava lotado, com o som das máquinas de jogos e risadas ecoando por todo o ambiente. O cheiro de pipoca e refrigerante misturava-se ao ar, criando uma atmosfera nostálgica.

  — Finalmente, Shin! — disse Seiji, dando um tapinha no meu ombro. — Pensamos que você tinha esquecido.

  — Quase esqueci mesmo — admiti, sorrindo de forma envergonhada. — Desculpa a demora, pessoal.

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  — Relaxa, o importante é que você chegou — disse Rintarou, entregando-me um controle. — Vamos come?ar com uma corrida?

  Nos divertimos bastante jogando uma variedade de jogos. Era bom poder relaxar e esquecer das preocupa??es por um tempo. No meio da divers?o, notei Kazuki entrando no fliperama. O clima ficou estranho para mim, e senti um nó se formar no meu est?mago. Tentei ignorar a presen?a dele e aproveitar o momento, mas era difícil n?o sentir sua confian?a irradiando pela sala.

  Kazuki entrou com um sorriso despreocupado, como se estivesse atrasado por um bom motivo.

  — E aí, pessoal! Desculpa o atraso — disse ele, juntando-se ao nosso grupo.

  — E aí, Kazuki! — respondeu Seiji, sempre amigável. — Achamos que você n?o ia aparecer.

  — Eu n?o podia perder essa, né? — Kazuki riu, pegando um controle para se juntar ao jogo.

  Fiz um esfor?o para n?o deixar minha inseguran?a transparecer. Kazuki parecia t?o confiante e à vontade, o que só aumentava minha sensa??o de inadequa??o. Mas continuei jogando, determinado a me divertir.

  O primeiro jogo foi uma corrida. Concentrado, senti a adrenalina enquanto manobrava meu carro virtual pelas curvas fechadas da pista. Para minha surpresa, venci a corrida, deixando Seiji e Rintarou para trás. Uma onda de satisfa??o me inundou, e um sorriso de vitória se espalhou pelo meu rosto.

  — Uau, Shin! — exclamou Seiji, surpreso. — Você realmente mandou bem!

  — Obrigado, cara — respondi, ainda sorrindo. — Foi uma boa corrida.

  Kazuki, observando a cena, se aproximou com um sorriso no rosto.

  — Boa corrida, Shin — disse ele, sincero. — Você joga bem.

  — Valeu, Kazuki — respondi, surpreso pela gentileza. Apesar de minhas inseguran?as, n?o pude deixar de apreciar o elogio.

  — Que tal competir comigo em um jogo de luta? — desafiou Kazuki, levantando uma sobrancelha.

  — Claro! — respondi, aceitando o desafio.

  Escolhemos um jogo de luta e come?amos a jogar. A competi??o era acirrada, e para minha surpresa, Kazuki era realmente bom. Cada rodada era disputada, e a sala se encheu de torcidas e risadas enquanto nos enfrentávamos.

  — Você joga bem, Kazuki — admiti, durante uma pausa. — N?o esperava isso.

  — Eu jogo bastante em casa — respondeu ele, sorrindo.

  — Parece que temos algo em comum — disse eu, mostrando um leve sorriso

  Essa revela??o me fez perceber que Kazuki n?o era t?o diferente de mim. A competi??o continuou, e comecei a me sentir um pouco mais à vontade na presen?a dele.

  Exploramos o fliperama, jogando em diferentes máquinas. A máquina de pinball emitia sons familiares de moedas caindo e luzes piscantes, transportando-nos para um mundo sem preocupa??es. Jogamos um jogo de dan?a que arrancou muitas risadas de todos, especialmente quando Seiji tentou acompanhar os movimentos rápidos e desajeitados na tela.

  Durante uma pausa para um lanche, fui até a área de alimenta??o do fliperama com Akira e Rintarou. A fila estava cheia de crian?as e adolescentes, todos ansiosos para pegar algo para comer. Peguei um cachorro-quente e um refrigerante, enquanto Rintarou escolheu pipoca e Akira, um enorme algod?o doce.

  — Esse lugar é realmente legal — comentou Akira, lambendo os dedos melados de a?úcar. — A gente devia vir aqui mais vezes.

  — Concordo — respondi, olhando ao redor. — é um bom lugar para relaxar.

  Enquanto comíamos, vi Kazuki sentado perto de nós, conversando com um grupo de garotos mais novos. Ele parecia genuinamente interessado no que eles diziam, sorrindo e rindo junto com eles. Aquilo me surpreendeu. N?o esperava vê-lo t?o à vontade e amigável com outras pessoas.

  — Viu, Shin? — disse Rintarou, notando minha express?o surpresa. — Kazuki n?o é t?o ruim quanto você pensa.

  — é... talvez eu tenha sido um pouco injusto com ele — admiti, sentindo uma pontada de vergonha. — Ele parece ser um cara legal, na verdade.

  — Do que vocês est?o falando? — disse Akira, dando uma mordida no algod?o doce

  Quando voltamos aos jogos, senti uma mudan?a na forma como via Kazuki. Claro, ainda havia um pouco de inseguran?a, mas agora eu estava mais aberto a conhecê-lo melhor. Jogamos várias rodadas de jogos de luta, corridas e mais uma rodada do jogo de dan?a, que novamente arrancou muitas risadas de todos.

  Durante uma pausa, sentei-me com Seiji e Rintarou, aproveitando para conversar.

  — Cara, eu t? ficando sem dinheiro — disse, olhando para a minha carteira quase vazia.

  — Eu também — disse Akira, que estava ao meu lado. — Gastei muito com a comida daqui.

  Rintarou, sempre o mais sensato do grupo, olhou para nós e sugeriu:

  — Talvez a gente devesse considerar conseguir um trabalho de meio-período. Seria bom ter uma renda extra para esses momentos.

  Akira, com seu jeito descontraído, riu e disse:

  — Vou procurar um trabalho que se adeque a mim. Talvez algo que envolva comida!

  Sentia que era hora de tomar uma decis?o séria sobre isso. Conversei com meus amigos sobre as possibilidades, e cada um tinha suas próprias ideias.

  — Talvez um trabalho em uma cafeteria — sugeriu Rintarou. — Eu ouvi dizer que eles est?o contratando.

  — Ou algo que envolva jogos — disse Akira, empolgado. — Seria perfeito para você, Shin!

  Enquanto pensava nessas possibilidades, percebi que precisava dar um passo para frente. Decidi que iria come?ar a procurar um emprego de meio-período, algo que me ajudasse a ganhar dinheiro e a crescer como pessoa.

  Quando o dia no fliperama chegava ao fim, agradeci a Rintarou e Seiji por ter pagado mais algumas rodadas de jogos para mim e Akira. Rintarou apenas sorriu e disse que era o mínimo que podia fazer como amigo.

  A caminhada de volta para casa foi tranquila, e comecei a perceber que Kazuki n?o era o vil?o que eu imaginava. Ele tinha suas qualidades, e compartilhar um interesse em comum como os jogos ajudou a quebrar o gelo entre nós. Talvez fosse hora de deixar de lado meus preconceitos e abrir espa?o para novas amizades.

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