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ESTRANHO AMIGO

  Me pergunto por que a textura da flor e da sua alma s?o t?o parecidas. Sempre em mente...

  Arael desceu rente à face da montanha, aumentando cada vez mais sua velocidade. Ent?o, quando faltavam apenas alguns metros para atingir o solo, abriu fortemente as asas e parou de súbito, pedras, folhas e galhos sendo atirados para longe no impacto do vento que socou o solo.

  Arael baixou e tocou o solo, a mente se tornando mais sólida, se recompondo mais rapidamente. O encontro com LuaEscura tinha obrigado suas lembran?as a se mostrarem mais fortemente, e mais fortemente sendo acolhidas.

  - Mercator – inspirou o ar frio do inverno que se anunciava.

  Ent?o voltou os olhos para as montanhas distantes, e seu cora??o deu um pulso pesado ao identificar uma solid?o dolorida numa das farpas da cadeia.

  Devagar, indecisa sobre o que pensava fazer, se elevou e muito lentamente tomou sua dire??o.

  De longe, bem acima da montanha, o viu, e no mesmo instante soube que ele sabia de sua presen?a.

  Devagar desceu a alguns metros dele.

  - O que a traz aqui, vigilante?

  - N?o sei – declarou com sinceridade.

  Arael sentiu um pulso no cora??o ao ver, entre os dedos dele, uma pequena flor azul, que ele segurava com imenso cuidado e carinho.

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  > Eu conhe?o essa flor. A chamávamos de flor dos anjos – murmurou.

  - é apenas uma flor azul.

  - Assim ela era chamada – concordou, - Mas agora, acho que por sua causa, muitos a chamam de santesmas...

  - Santesmas? – ele perguntou, se fixando interessado na flor.

  - Sim... Santesmas, “a que se lembra”, ou só Denarizz, “ a que chama”. Porém, os que moram logo ali abaixo, nos pés dessas montanhas e que sabem que vem muito por aqui, a batizaram em sua homenagem com um outro nome.

  - E qual seria, vigilante?

  - SempreEmMente

  - SempreEmMente? Por que lhe deram esse nome?

  - Porque eles entendem esse nome como “ao cora??o do dem?nio solitário”.

  - S?o todos nomes e frases idiotas e sem sentido – falou atirando para o lado a pequena flor.

  - Por ser, pode n?o ser.

  - O que realmente quer, vigilante? N?o preciso de sua presen?a. Ou acaso veio para terminar algum servi?o que tenha esquecido?

  Arael inspirou profundamente, sentindo a espada pulsar, colada em sua coxa. Por alguns míseros segundos pensou se aquela seria uma raz?o. Ent?o sorriu, sabendo que era um pensamento por divers?o.

  Devagar se levantou.

  - N?o, Mercator... N?o vim para terminar qualquer servi?o que seja, porque n?o trago pendências. Apenas vim porque, ... porque...

  Indecisa ficou cismando sobre o que a trouxera ali, enquanto varria com os olhos as distancias.

  > Acho que vim pelo mesmo motivo que o impediu de me atacar, como ataca qualquer um que se aproxima.

  - E qual seria, vigilante? – desafiou.

  - Estranho n?o sabermos, n?o é memo, Mercator? – sorriu em despedida, se elevando alguns centímetros do solo e deslizando para o vazio encostado na face da montanha. – Fique em paz, estranho amigo... – saudou, se deixando cair suavemente.

  Mercator ficou ruminando a despedida da demiana: “estranho amigo...”.

  Olhou ao lado.

  Com imenso cuidado pegou a florzinha que antes atirara, refazendo com carinho uma das pétalas que se machucara na queda, os olhos pensativos na pequena figura que fazia um longo e suave arco acima das florestas ao longe.

  - SempreEmMente – sussurrou...

  Ent?o, com um movimento suave das m?os, como se tudo o que era estivesse imerso em pensamentos silenciosos, fez surgir largo espa?o a toda a volta, a tudo colorindo com as pequenas e suaves flores azuis.

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