Como bem observei o mal, e me perdi em seus olhos, porque n?o vi maldade lá. Entranhando me concentrei mais, porque a escurid?o tinha que existir ali. Como pode, ao observar mais profundamente, haver tanta luz ali?
A rea??o foi tal como esperada. As energias subiram de súbito. Era como uma parede, uma massa endurecida que armazenava uma raiva imperiosa, que facilmente poderia ser disparada.
Os três buxos se puseram em linha assim que os dois dem?nios de neblinas foram descendo lentamente na frente da casa.
Uivo estudou rapidamente os três animais que se emparelhavam com cada uma das pessoas ali. Eram três queixadas, os maiores que já tinha visto. Apesar de serem menores que um ardun, sem dúvida pareciam mais poderosos que os queixados com que já tivera contato.
Os animais os observaram, e deitaram aos pés das pessoas, parecendo ter percebido antes de algumas delas que ali n?o havia qualquer perigo.
LuaEscura examinou a residência, e viu que Uivo também percebera o cuidado ali depositado.
Havia uma grande e variada horta, como havia flores bem cuidadas por toda a propriedade.
Uivo levantou os olhos, logo se despoderando para pumacaya, mantendo-se vestido com sua armadura negra. As árvores ali eram enormes e pareciam vibrar de energia.
Quando estavam no alto, se dirigindo para aqueles lados, for a fácil perceber que havia uma energia muito intensa ali, e n?o era uma energia escura.
- Uma última batalha? – Trília se posicionou à frente de Uivo, se tomando de uma energia mais dura.
- Trília, quer parar com isso? – a m?e ralhou. – N?o viu que eles deixaram a forma dem?nio?
- Essa Trília sempre procurando encrenca – debochou Túnis, se mostrando tranquilo à frente dos dois. - Acho que devemos come?ar do zero, n?o é mesmo? - prop?s, convidando com a m?o em leque para que se sentassem no largo banco de madeira do jardim, em frente a uma imensa e portentosa árvore.
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Uivo e LuaEscura sorriram, aceitando o convite.
- Ent?o, se n?o é para uma batalha, por que vieram?
- Trília, quer parar com isso? – repreendeu a m?e.
Uivo a observou disfar?adamente, e viu o motivo de sempre manter as defesas elevadas. Sempre tivera que se defender dos assédios e das tentativas de abuso, e tivera que aprender bem rápido.
- N?o lhes quero mal, muito menos a você, Trília. Acho que temos dores demais, e pessoas assim, quando se encontram, n?o se entendem muito bem – falou, a voz gentil, apesar de manter uma certa dureza.
- Duvido... Vocês s?o dem?nios... Que dores podem ter? – estranhou.
- N?o aceita??o, ataques das pessoas que menos esperamos, confus?o, nossa própria natureza criando rea??es... Alguém bem mais sábio que eu me disse uma vez que o uso da for?a é apenas para encobrir um medo oculto e n?o reconhecido...
Canvas baixou os olhos, examinando a grama recém-aparada. Nunca pensara em ouvir uma verdade assim de um dem?nio. Mas, aquele n?o era apenas um dem?nio – sussurrou para si mesma, levantando os olhos e examinando a energia de Trília.
Sorriu.
Apesar de todo azedume que ela se esfor?ava em mostrar na face, via o quanto sua energia estava mais organizada e equilibrada na presen?a daqueles dois.
Finalmente ela encontrará a quem respeitar.
- Que n?o seja uma batalha ent?o – Trília acabou aceitando. – E ent?o?
- Vocês se disseram danatuás – falou, a voz tranquila. – Há um danush a Oeste daqui, vários quil?metros além da montanha da serra. Esse danush é uma semente, pensada assim, para ir arregimentando e crescendo com seres de valor e honra.
- Quem comanda esse Danush, Uivo? – perguntou Canvas.
- Adanu é o seu comandante.
LuaEscura viu a face de Trília se iluminar, enquanto sua postura se mostrava mais tensa, como no aguardo de algo importante.
- Aceitamos – falou Túnis, tomado de energia. – Uma vez tentamos encontrar esse danush, para oferecermos nossos servi?os, mas n?o conseguimos, nem com artes mágicas – contou, os modos rápidos e felizes.
- Há um mago no meio deles – Uivo explicou. – Por isso só podem ser encontrados quando assim se decidem.
- E quando iremos até eles?
- Eu estou indo para lá agora – Uivo falou.
- Irá também, LuaEscura? – Canvas quis saber.
- N?o, n?o por agora. Tenho outros assuntos mais ao norte.
- Ent?o? Aceitam o convite?
Sem responder a Uivo Canvas se levantou e, com um gesto, a casa se fechou completamente e o fogo do fog?o e da lareira sumiram.
No mesmo momento Trília sorriu, e todos os animais ali foram postos em liberdade.
Com um estalo dos dedos de Túnis, após já estarem montados nos queixadas, a casa foi esmaecendo e logo n?o pode mais ser vista.
Os três ent?o, parados, ficaram olhando os dois dem?nios, esperando o momento da partida.